Trump Proíbe o Dólar Digital nos EUA

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1/31/2025

a pile of money bills and dollars bills
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Em 23 de janeiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que proíbe o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, de desenvolver uma moeda digital de banco central (CBDC), comumente referida como "dólar digital". Trump justificou a medida alegando que uma CBDC representa riscos significativos à estabilidade financeira e à privacidade dos cidadãos.

Entendendo as Moedas Digitais de Banco Central (CBDCs)

As CBDCs são versões digitais das moedas fiduciárias tradicionais, emitidas e regulamentadas pelos bancos centrais. Diferentemente das criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin, as CBDCs são centralizadas e controladas por autoridades monetárias. Diversos países, incluindo China e membros da zona do euro, estão avançando no desenvolvimento de suas próprias moedas digitais oficiais.

Motivações da Proibição

A decisão de Trump de proibir o desenvolvimento de uma CBDC nos EUA baseia-se em várias preocupações:

Estabilidade Financeira: Há temores de que a introdução de uma CBDC possa desestabilizar o sistema financeiro atual, especialmente se os consumidores transferirem grandes volumes de depósitos de bancos comerciais para contas digitais no banco central.

Privacidade dos Cidadãos: Uma moeda digital centralizada poderia permitir ao governo monitorar e rastrear todas as transações financeiras dos indivíduos, levantando sérias questões sobre a privacidade e a liberdade econômica.

Soberania Econômica: Trump argumenta que uma CBDC poderia ser usada como uma ferramenta de vigilância governamental, comprometendo a soberania dos EUA e potencialmente facilitando o controle estatal sobre as finanças pessoais.

Reações e Implicações

A proibição gerou diversas reações:

Mercado de Criptomoedas: A decisão foi bem recebida por entusiastas das criptomoedas, que veem a medida como um incentivo ao crescimento de ativos digitais descentralizados. Após o anúncio, o preço do Bitcoin atingiu um novo recorde, ultrapassando US$ 109.000.

Concorrência Internacional: Enquanto os EUA optam por não desenvolver uma CBDC, outras nações, como China e países europeus, estão avançando rapidamente em suas próprias moedas digitais. Isso pode afetar a posição do dólar americano no sistema financeiro global e influenciar os padrões internacionais de privacidade e cibersegurança para moedas digitais.

Indústria de Stablecoins: Emissores de stablecoins, como Tether e Circle, podem se beneficiar da proibição, já que suas moedas digitais, lastreadas em dólares, podem preencher a lacuna deixada pela ausência de uma CBDC americana. No entanto, essas stablecoins não estão isentas de riscos, como evidenciado pelo colapso da TerraUSD em 2022, que levantou preocupações sobre a estabilidade financeira.

Desdobramentos Futuros

Além da proibição, Trump assinou outra ordem executiva estabelecendo um grupo de trabalho para analisar a criação de uma reserva nacional de ativos digitais e propor novas regulamentações para criptomoedas. O decreto também visa proteger os serviços bancários para empresas do setor de criptoativos.

Enquanto isso, especialistas argumentam que a ausência de uma CBDC americana pode enfraquecer a posição do dólar no comércio internacional, especialmente à medida que outras nações avançam com suas próprias moedas digitais. Vincent Arnold, pesquisador do Programa de Estabilidade Financeira de Yale, defende o desenvolvimento de uma CBDC americana para manter a influência econômica dos EUA e garantir a estabilidade financeira global.

Conclusão

A decisão de Trump de proibir o desenvolvimento de uma moeda digital pelo Banco Central dos EUA reflete preocupações com a estabilidade financeira, a privacidade dos cidadãos e a soberania econômica. No entanto, à medida que outras nações avançam com suas próprias CBDCs, os EUA podem enfrentar desafios para manter sua posição dominante no sistema financeiro global. O equilíbrio entre inovação tecnológica e a proteção de valores fundamentais será crucial nos próximos anos.